O setor de mineração tem papel central na transição energética global. Em meio a um cenário geopolítico instável, mudanças regulatórias e pressão por sustentabilidade, o setor precisa transformar suas cadeias de suprimentos com foco em resiliência, inovação, eficiência e descarbonização.
Como ressalta o estudo Algumas Tendências para as Cadeias de Suprimentos no Setor de Minerais e Metais, produzido pela KPMG, a pandemia expôs as fragilidades das cadeias globais. A crise sanitária, somada a conflitos geopolíticos, revelou os riscos de dependência de fornecedores distantes e pouco diversificados.
Esse contexto impulsionou o nearshoring como tendência. Transferir etapas da cadeia para países próximos — como os da América Latina — favorece controle logístico, redução de riscos e alinhamento regulatório, além de aproveitar recursos naturais e energias limpas da região.
No setor de mineração, a complexidade da cadeia exige estratégias específicas. São cadeias extensas, intensivas em energia e com alta exposição à volatilidade dos preços e às novas exigências de compliance ambiental, social e de governança (ESG).
Além disso, o aumento global da demanda por minerais críticos — como cobre, lítio, níquel e cobalto — exige que a mineração amplie sua produção sem ampliar, na mesma medida, sua pegada de carbono.
Essa equação só será viável com investimento em tecnologia. Inteligência artificial, machine learning, automação e ferramentas preditivas são fundamentais para reduzir emissões, otimizar processos e garantir o cumprimento das metas climáticas em toda a cadeia.
Empresas de mineração na América Latina já reconhecem essa necessidade. Segundo estudo da KPMG, mais da metade dos líderes do setor pretende investir em tecnologias para acelerar a descarbonização, melhorar a eficiência e acessar novos mercados com menor impacto ambiental.