A transformação no setor de seguros é prioridade declarada para a maioria das organizações. Ainda assim, os dados indicam um descompasso preocupante entre as metas traçadas e os resultados efetivos.
No estudo Insurance Transformation: a nova agenda, conduzido pela KPMG com mais de 250 executivos de seguros em diferentes continentes, os desafios se repetem em escala global e local.
- Entre os respondentes globais, 75% planejam reduzir custos em pelo menos 10% até 2030.
- Apenas 25% dizem ter sido bem-sucedidos em metas anteriores de corte de custos.
- E só 14% se consideram bem-sucedidos na transformação como um todo.
Transformação nas seguradoras brasileiras
O recorte nacional mostra índices ainda mais contrastantes:
- Entre as seguradoras brasileiras, 78% das seguradoras pretendem reduzir custos em pelo menos 10% até 2030.
- Uma parcela relevante (45%) afirma ter tido sucesso em suas iniciativas anteriores de redução de custo.
- Quando o assunto se refere às iniciativas de transformação, o cenário muda: apenas 11% afirmam ter sido altamente bem-sucedidas em suas jornadas de transformação.
Apenas 11% das seguradoras brasileiras dizem ter alcançado sucesso na transformação.
78% planejam cortar custos em 10% ou mais até 2030.
Por que é tão difícil transformar?
Mesmo com metas claras, muitas seguradoras esbarram em entraves internos que minam o progresso.
Entre os principais obstáculos apontados pelos executivos brasileiros, incluem-se:
- Portfólio de mudanças amplo, sem priorização (78%).
- Falta de responsabilização clara pela entrega de resultados (78%).
- Desalinhamento da liderança em torno de uma agenda comum (67%).
- Ausência de narrativa estratégica de transformação (45%).
- Falta de conhecimento sobre operações complexas e perda de agentes de mudança ao longo do processo (45%).
O que fazem as seguradoras mais bem-sucedidas?
- Definem claramente suas metas de custo e transformação.
- Engajam a liderança, com papéis e responsabilidades bem estabelecidos.
- Investem em dados e capacidades analíticas.
- Utilizam modelos de governança, como o hub-and-spoke.
- Incorporam inteligência artificial (IA) e modernizam o modelo operacional com visão de longo prazo.
No Brasil, 67% apontam o desalinhamento da liderança como barreira à transformação.
Cinco aprendizados essenciais
A KPMG destaca cinco lições que podem fazer a diferença para uma transformação bem-sucedida:
- Defina uma visão clara para a mudança
Alinhe transformação, redução de custos e estratégia de negócio. - Engaje a liderança com responsabilidade e visibilidade
Os líderes devem ser protagonistas da transformação. - Use dados de forma inteligente
Dados imprecisos impedem boas decisões e inibem o progresso. - Avalie processos antes de adotar tecnologia
A tecnologia não substitui o planejamento operacional. - Construa uma cultura organizacional alinhada à transformação
Sem cultura, não há sustentabilidade para os avanços.
Chegou a hora da transformação
As seguradoras brasileiras estão alinhadas às tendências globais e têm ambição de mudar. No entanto, a transformação no setor de seguros depende de mais do que vontade: exige clareza estratégica, responsabilização, cultura, capacidade analítica e execução disciplinada.
Com os aprendizados certos, apoio especializado e integração entre pessoas e tecnologia, é possível sair da “intenção de transformar” e alcançar os objetivos de ampliar a eficiência, reduzir custos e trilhar uma jornada de transformação sustentável e eficaz.