A publicação O Futuro dos Serviços Corporativos, produzido pela KPMG, oferece uma visão abrangente a respeito de como gerar valor por meio do alinhamento entre as funções de front, middle e back office. Baseada em uma pesquisa realizada em 2024 com 250 executivos, a análise destaca oportunidades e desafios.
De acordo com a pesquisa, menos de um terço dos executivos considera que os Serviços Corporativos entregam “grande valor e alta qualidade”. O desalinhamento entre a estratégia de negócios e os modelos operacionais é um dos principais fatores que prejudicam a geração de valor.
Embora 74% dos entrevistados indiquem que seus objetivos organizacionais e empresariais estão “moderadamente alinhados”, a desconexão resulta em perdas substanciais. Essa lacuna entre o planejamento e a execução evidencia a necessidade de transformações significativas nos modelos operacionais existentes.
Outro desafio apontado é a estrutura fragmentada dos Serviços Corporativos. Mais da metade dos executivos relata que as funções ainda operam de forma isolada. Somente 25% consideram que essas áreas são “altamente conectadas”, o que afeta a colaboração e a eficiência.
Com a evolução tecnológica, as expectativas em relação aos Serviços Corporativos estão mudando rapidamente. Tecnologias como a inteligência artificial generativa (Gen AI) oferecem soluções para substituir processos manuais, otimizar fluxos de trabalho e desbloquer competências, conectando as diversas funções.
No entanto, o uso bem-sucedido da Gen AI exige mais do que simples implementação. É necessário repensar a relação entre pessoas e máquinas, equilibrando habilidades humanas e digitais. A construção de confiança na tecnologia também é crucial para o sucesso.
A publicação identificou quatro imperativos estratégicos para a transformação dos Serviços Corporativos. O primeiro é focar no valor empresarial, indo além de objetivos funcionais e alinhando as funções às metas organizacionais. Esse foco amplia a relevância dessas áreas.
O segundo imperativo é aproveitar o poder dos dados. Um fluxo rápido e acesso a dados comuns permitem maior integração entre funções, além de fornecer insights essenciais para o apoio aos fluxos de valor. A arquitetura de dados também é fundamental.
Por fim, incentivar e capacitar mudanças é essencial. A colaboração entre funções supera barreiras estruturais e promove o alinhamento organizacional. Lideranças corajosas e mentalidades voltadas à inovação são indispensáveis para avanços.
A publicação também apresenta um conjunto de ações-chave para impulsionar os Serviços Corporativos, tais como:
- Redefinir modelos de negócios e operacionais para focar na criação de valor.
- Identificar fluxos de valor prioritários, que devem ter o suporte dos Serviços Corporativos.
- Avaliar a maturidade do modelo atual de Serviços Corporativos.
- Alinhar continuamente os Serviços Corporativos à estratégia de negócios.
- Desenvolver uma governança eficaz baseada em objetivos e resultados-chave (OKRs).
- Investir em capacidades transversais, como dados, tecnologia e processos.
- Introduzir parceiros do ecossistema para apoiar metas de transformação digital.
Três áreas principais requerem foco para liberar o potencial dos Serviços Corporativos. A primeira é auditar e atualizar habilidades, avaliando a prontidão tecnológica e criando um framework abrangente de competências.
A segunda é priorizar habilidades humanas, como a empatia e a capacidade de monitorar da tecnologia, sobretudo em atividades relacionadas à Gen AI. Essas competências funcionam como um complemento das capacidades digitais e promovem integração efetiva.
Por fim, adotar uma mentalidade ágil é essencial. Lideranças devem incentivar experimentações e inovações, criando um ambiente propício para lidar com transformações constantes. Essa postura é vital para o sucesso a longo prazo.
Abordar eventuais resistências à mudança também é crucial: como as estruturas isoladas precisam ser desafiadas para criar um futuro positivo, promover o alinhamento e a colaboração interfuncional é o caminho para transformações sustentáveis.